As empregadas domésticas que conseguiram ter, a quase dois meses, os
direitos trabalhistas ampliados com a entrada em vigor da chamada "PEC das
Domésticas", tiveram que passar por um desconforto nos últimos dias. Um
questionário aplicado a candidatos que vão prestar o Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) coloca as profissionais como uma espécie de objeto.
No ato da
inscrição, o estudante que quiser fazer a prova do Enem deve responder
perguntas que versam sobre dados socieconômicos, como a renda mensal familiar e
a escolaridade.
Entretanto, na
questão número 7, o candidato deve assinalar, dentre os itens do formulário,
quais possui dentro de casa. O problema é que dentre os objetos listados, como
TV, geladeira, aspirador de pó, automóvel e computador, surge a opção
"empregada mensalista".
“Isso é um ato discriminatório porque nos reduziu a objetos. Não foi
perguntado se na casa do aluno havia pais, filhos ou parentes. Só objetos e as
empregadas domésticas. E o mais grave é que quem elaborou esse questionário são
pessoas ligadas à educação, são formadores de opinião. Será que eles ensinam
para as crianças que empregadas são utensílios domésticos?”, questionou a
presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad),
Creuza Maria de Oliveira, ao jornal Extra.
O Ministério da
Educação (MEC) reconheceu, através de uma nota, a infelicidade da pergunta. O
órgão afirmou que "o ministro Aloizio Mercadante considera que a forma da
pergunta que se refere a trabalhadores domésticos é inadequada, e vai
encaminhar a necessidade de sua adequação, preservando os critérios técnicos,
mas garantindo integralmente o respeito àqueles trabalhadores".
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